Barco de Ilusões
*poemas *textos *aforismos - Maurício Carvalho Marques
quinta-feira, 16 de junho de 2016
sexta-feira, 10 de abril de 2015
Vai, e diz por aí
Vai, e diz por aí
Tudo o que
quiser
De mim.
Mas, só não
diz
Que não amei
Que não
sofri
Que não
chorei
Que não
sorri
Que não
gozei
Que não
senti
Que não me
dei
E, que não
vivi.
Vai, e diz
por aí
Tudo o que
quiser
De mim.
Mas, só não
diz
Que não
busquei
Que não
achei
Que não
perdi
Que não
sonhei
Que não
acreditei
Que não
insisti
Que não
realizei
E, que não
morri.
Vai, e diz
por aí
Tudo o que
quiser
De mim.
Mas, só não diz
Mas, só não diz
Que eu te
esqueci.
Maurício Carvalho Marques
livro "Barco de Ilusões"
www.poetamauriciomarques.com.br
www.poetamauriciomarques.com.br
Ela e Eu
Ela e
Eu
Ela
falava de sonhos,
Eu
sonhava.
Ela
falava de lugares,
Eu
viajava.
Ela
falava de fé,
Eu
acreditava (abraçava)
Ela
sabia tudo de anjos,
Eu
acendia velas (pro meu e pro dela)
Ela
gostava de flores,
Eu
cuidava do jardim.
Ela
tinha ideais,
Eu
corria atrás.
Ela
era atriz,
E
representava muito bem.
Ela
era bailarina,
Eu
dancei.
Maurício Carvalho
Marques
Saudades de mim
Saudades de Mim
Quando penso em você,
Eu me lembro de mim.
Saudades de mim
Amando você.
Saudades do amor,
Saudades de mim.
Saudades da cor
No nosso jardim.
Saudades do-cê
Morando em mim.
Saudades de mim,
Vivendo em você.
Saudades de tudo
Que eu não pude viver.
Saudades daquilo
Que eu nem quis saber.
Saudades de mim,
E também de você.
Maurício Carvalho Marques, livro Barco de Ilusões
Maurício Carvalho Marques
Maurício Francisco Carvalho Marques, nasci no Rio de Janeiro no começo dos anos sessenta.
Ainda criança , vim com a família para São Paulo, e depois de morar algum tempo pros lados do Jardim São João Climaco, fixamos residencia em Taboão da Serra, município da grande São Paulo, onde cresci.
A minha formação é Técnico em Contabilidade, e profissionalmente trabalhei em diversas empresas como contador, e também fui proprietário de uma pequena empresa de assessoria empresarial.
Isso até 1999, quando acontecimentos de ordem pessoal, levaram-me a uma profunda reflexão sobre a minha vida, obrigando-me a rever os meus valores.
Foi quando eu percebi que eu poderia fazer qualquer coisa que eu quisesse e até mesmo não fazer nada que quisesse, que não me atraísse ou desafiasse e que não me trouxesse satisfação pessoal.
Decidi então romper com a minha profissão que outrora fora prazeroso e desafiador exerce-la, mas há tempos se tornara algo maçante, aprisionador e causadora de neuras. E buscando uma nova perspectiva de vida, interrompi uma carreira em que sempre fui considerado um profissional brilhante por patrões, clientes e colegas de trabalho, mas também marcada por sucessivos recomeços causados por problemas decorrentes da dependência química.
E foi nessa época que um antigo ideal literário veio a tona e escrevi o livro "O Leão Sol e a Abelha Lua de Mel, lançado no final de 2004.
Acredito que o condicionamento mental e as responsabilidades da minha antiga profissão, não permitiram escreve-lo porque exigiu total entrega de" corpo e alma"
Em 2005 participei de uma coletânea da Editora Agir com o titulo de "Literatura Marginal"
Em 2006 lancei o livro Barco de Ilusões.
Em 2013 participei da coletânea do Sarau do Binho um movimento poético da Zona Sul São Paulo.
Atualmente estou trabalhando em alguns projetos que incluem, Um CD de musicas,Um Curta metragem e outros três livros.
Videos
contato: e- mail :poetamauriciomarques@bol.com.br
Ainda criança , vim com a família para São Paulo, e depois de morar algum tempo pros lados do Jardim São João Climaco, fixamos residencia em Taboão da Serra, município da grande São Paulo, onde cresci.
A minha formação é Técnico em Contabilidade, e profissionalmente trabalhei em diversas empresas como contador, e também fui proprietário de uma pequena empresa de assessoria empresarial.
Isso até 1999, quando acontecimentos de ordem pessoal, levaram-me a uma profunda reflexão sobre a minha vida, obrigando-me a rever os meus valores.
Foi quando eu percebi que eu poderia fazer qualquer coisa que eu quisesse e até mesmo não fazer nada que quisesse, que não me atraísse ou desafiasse e que não me trouxesse satisfação pessoal.
Decidi então romper com a minha profissão que outrora fora prazeroso e desafiador exerce-la, mas há tempos se tornara algo maçante, aprisionador e causadora de neuras. E buscando uma nova perspectiva de vida, interrompi uma carreira em que sempre fui considerado um profissional brilhante por patrões, clientes e colegas de trabalho, mas também marcada por sucessivos recomeços causados por problemas decorrentes da dependência química.
E foi nessa época que um antigo ideal literário veio a tona e escrevi o livro "O Leão Sol e a Abelha Lua de Mel, lançado no final de 2004.
Acredito que o condicionamento mental e as responsabilidades da minha antiga profissão, não permitiram escreve-lo porque exigiu total entrega de" corpo e alma"
Em 2005 participei de uma coletânea da Editora Agir com o titulo de "Literatura Marginal"
Em 2006 lancei o livro Barco de Ilusões.
Em 2013 participei da coletânea do Sarau do Binho um movimento poético da Zona Sul São Paulo.
Atualmente estou trabalhando em alguns projetos que incluem, Um CD de musicas,Um Curta metragem e outros três livros.
Videos
contato: e- mail :poetamauriciomarques@bol.com.br
terça-feira, 17 de julho de 2012
Micróbio Apaixonado
Micróbio Apaixonado
Ana, dexa eu ti amá,
Eu faço de um tudo pra ti alegrá
Ana, dexa eu ti amá,
Eu paro com tudo que tem que pará.
Ana, dexa eu ti amá,
Eu dexo a vadiage e vô trabaiá.
Ana, dexa eu ti amá.
Sei que ocê num é interessera,
Se não eu ia enricá,
Mais vô comprá um motocicleta
Só pra nois passeá.
Ana, dexa eu ti amá,
Eu tomo banho, troco de roupa,
Limpo os pioio, (vão ficá limpinho)
Vô até perfumá
Ana, dexa eu ti amá,
Eu aprendo falá dereito
Se ocê me escuta.
Ana, dexa ama-la; A mala?!
Eu carrego pra você. (na ida)
Ana, dexa amar-te; A marte?!
Ou qualqué planeta!
Ana, dexa eu ti amá,.
Num sei mais nem o que falá,
Ana, pufavô, pelamô,
Dexa, vai?
Só um pouquinho ...
Maurício Carvalho Marques, em "Barco de Ilusões"
Video: Microbio Apaixonado Maurício Carvalho Marques
Video: Microbio Apaixonado Maurício Carvalho Marques
Revolta - pra Você Voltar
Revolta
Rê,
Quando você foi embora,
me encheu de revolta.
Rê, volta!
Pra você voltar
Quando você voltar,
Ah, Quando você voltar...
Vou ficar tão contente,
Que de alegria vou cantar,
Vou pular, vou dançar,
Vou gritar, e vou chorar.
Quando você voltar.
Ah, quando você voltar...
Vou ficar doidinho
Vou subir na laje
E gritar pros vizinhos:
-Disseram que ela não voltaria
Viram? Estavam enganados
Porque ela voltou.
Quando você voltar,
Ah, quando você voltar...
Vou preparar uma comida gostosa
Vou enfeitar a casa com rosas
Vou fazer ginástica
Vou melhorar a plástica
Vou dar banho no cachorro
E espalhar pra todo o morro:
Ela voltou!
Quando você voltar,
Ah quando você voltar...
Mas, você não voltará.
Maurício Carvalho Marques,
em "Barco de Ilusões"
Cachorro Atropelado
Cachorro Atropelado
Eu vi um cachorro estirado na pista
Alguém disse que era turista
Outro falou que era artista
Obrigado a ser trapezista
Por isso fugi do canil.
Ele queria, era ser cantor
Quando chegou ao Brasil.
Tinha pedigree de pastor
Herança do seu bisavô
Um cão comunista.
Cachorro tem alma, não
Rezou o padre cristão
Discordou o monge budista
Falandoem reencarna-cão.
Ele Estava na contra pata
Diagnóstico do ortopedista
Ou era legista?
Que ele era daltônico
Falou o oculista.
Desobedeceu a sinaliza-cão
Afirmou o bom motorista.
Caso de homicídio
Suspeitou a polícia
Chamando a perícia.
Suspeita de suicídio
Escreveu o jornalista.
Dando a notícia
Jornal sensacionalista.
Ele estava drogado
Acusou o cara de fogo
De fogo paulista
Que vivia chapado.
Me desculpando, retruquei:
Escrevi de careta.
E no sinal, pra rimar
Me mandei de lambreta.
Alguém disse que era turista
Outro falou que era artista
Obrigado a ser trapezista
Por isso fugi do canil.
Ele queria, era ser cantor
Quando chegou ao Brasil.
Tinha pedigree de pastor
Herança do seu bisavô
Um cão comunista.
Cachorro tem alma, não
Rezou o padre cristão
Discordou o monge budista
Falando
Ele Estava
Diagnóstico do ortopedista
Ou era legista?
Que ele era daltônico
Falou o oculista.
Desobedeceu a sinaliza-cão
Afirmou o bom motorista.
Caso de homicídio
Suspeitou a polícia
Chamando a perícia.
Suspeita de suicídio
Escreveu o jornalista.
Dando a notícia
Jornal sensacionalista.
Ele estava drogado
Acusou o cara de fogo
De fogo paulista
Que vivia chapado.
Me desculpando, retruquei:
Escrevi de careta.
E no sinal, pra rimar
Me mandei de lambreta.
Dos Lobos - da Mediocridade - A minha Opinião
Lobos e Pastores
Nos dias atuais, os lobos estão mais espertos.
Invés de se camuflarem com peles de cordeiros,
Disfarçam-se em vestes de pastores.
Da Mediocridade
Seja medíocre e imbecil. Isso mesmo!
Desempenhe bem o papel que o mundo te destinou,
capaz até que receba aplauso, afinal em um mundo
onde a mediocridade impera, a imbecilidade
costumeiramente é aplaudida.
A Minha Opinião.
A minha opinião não é mais, nem menos importante que a sua opinião. Ela é apenas a minha opinião. Isso, na minha opinião.
Maurício Carvalho Marques,
em "Barco de Ilusões"
Ok doutor, você venceu ...
OK Doutor, você venceu ...
Ok, doutor, o senhor venceu. A Utopia não se realizará.
Dou-me por vencido... Que força teria qualquer argumento meu diante da prova cabal e fulminante que vossa senhoria me apresenta, o dicionário aberto na página onde a palavra utopia encontra-se grafada. Utopia, projeto irrealizável, fantasia, quimera, etc.
Sim, doutor, eu estava enganado quando afirmei acreditar na realização da Utopia.
Como fui tolo e incoerente em acreditar que algo intangível e inatingível pudesse ser alcançado.
Parabéns, doutor! Como um advogado, o senhor abriu o dicionário, como se este fosse a carta magna e brilhantemente impetrou um mandado de segurança contra a instauração da Utopia.
Provando que morfologicamente a etimologia contraria a dialética, conferindo a Utopia um caráter totalmente inconstitucional.
Eu até pensei que poderia convencê-lo ao citar Aldous Huxley em seu comentário sobre o Admirável Mundo Novo, quando ele diz que “O medo da humanidade é que as Utopias se realizam”.
É claro que se Aldous conversasse com vossa senhoria, teria que rever o seu conceito e até mesmo que se retratar por ter dado à palavra utopia um sentido representativo da soma dos anseios e aspirações individuais. A ampliação para o coletivo dos ideais mais românticos e menos egoístas.
A vontade e motivação maior da alma humana resplandecida e verbalizada em um som, inaudível àqueles que insistem em tapar os ouvidos, mas, ecoando num canto de chamamento, convidando à felicidade todos os povos, reunindo-os em uma única nação, onde tremula desfraldada no horizonte a bandeira da paz e do amor maior; epa, desculpe-me, doutor, acho que agora viajei um pouquinho além,...Mas, buscando expressar-me de uma maneira mais racional, conforme vossa senhoria deve preferir; aquilo que Carl Jung denominou como “Inconsciente Coletivo”.
Ok, doutor, o senhor venceu, a Utopia não se realizará, porque, se ousar contrariar a gramática, será condenada a desaparecer das mentes e espíritos ao desintegrar, fragmentando-se e incorporando-se ao mundo que chamamos realidade. Assim como os nossos sonhos que deixam de ser sonhos quando se realizam; aquilo que um dia foi considerado utópico, como as viagens espaciais, a comunicação a distancia, o computador, a clonagem, enfim, isso e muito mais, hoje em dia não passam de simples questões tecnológicas. Nem ao menos realismo fantástico pode ser considerado.
Pois é, doutor, mas o senhor jamais se deixaria convencer por balelas, quimeras sofismáticas, não é mesmo, doutor?
Ok, doutor, mas, por favor, permita-me ao menos em consideração à bravura com a qual debati defendendo a utopia (que não existe), continuar vibrando e conspirando favoravelmente pela realização dos ideais mais altruístas dos homens, pelo menos os de boa vontade.
O desejo de um mundo novo alicerçado nos mais nobres valores de justiça e liberdade. Um mundo onde a exploração do homem pelo homem não ocorra, simplesmente por este ser um comportamento desumano.
Onde todos, sem distinção, são iguais em direitos e oportunidades e o valor individual avaliado apenas pela maior ou menor capacidade para servir (independente da conta bancária). Um lugar onde as leis pudessem ser traduzidas em simples recomendações, como: O respeito à natureza e tudo que exista nela em especial o respeito próprio e ao semelhante. Um lugar onde as competições tenham como único objetivo á auto-superação física, mental, artística, cultural e produtiva.
Uma terra onde todos os seus pomares, suas roças, seus mananciais e riquezas sejam comuns a todos.
Bem, doutor, ainda me resta o consolo da promessa da terra prometida habitada por seres verdadeiramente humanos.
É, doutor, o senhor pode até dizer que sou um sonhador, mas vai se preparando..., Porque como disse John Lennon, eu já não sou o único...
Ok, doutor, mas pensando melhor, vá à merda com seus falsos valores e com a sua falsa descrença no potencial humano de se auto-governar.
Vá à merda com aquela sua falsa idéia de que o homem só funciona sendo submetido, e que alguns nasceram para serem senhores, enquanto a maioria quase absoluta nasceu para ser escravo...
Caro doutor. é perfeitamente compreensível a sua postura. Vossa Senhoria defende os seus falsos valores, numa tentativa inútil de neles acreditar. E assim justificar sua condição de homem rico, sem nenhuma contrapartida produtiva. Em um país, onde aqueles que têm trabalho; trabalham tanto por tão pouco, imagino o sentimento de culpa que carregam aqueles que possuem tanto sem nada produzir, culpa esta, a responsável pelas neuroses dos teomaníacos burgueses.
Ainda mais no seu caso, que o dinheiro foi herança do pai, um político, que fez em sua vida pública o que todos nós fazemos melhor na privada, e cujos vencimentos recebidos, nem de longe justificaria a fortuna que acumulou e lhe deixou, deixando também o legado de sua má índole e neuroses egocêntricas.
Assim sendo, doutor, os sonhos de justiça dos oprimidos e vítimas da exploração, são também, os pesadelos dos opressores e exploradores que sempre encontrarão dispositivos legais ou não, valendo-se até mesmo do dicionário, se for preciso, para impedir a Utopia.
Doutor, pra você, melhor nem pensar que o equilíbrio individual implica no equilíbrio coletivo e que o equilíbrio coletivo é reflexo do equilíbrio individual, porque isso implicaria em responsabilidades, não é mesmo doutor?
Ok, você venceu, mas a Utopia se realizará, sim! E se o senhor seu avô fosse estéril ou simplesmente tivesse sido castrado antes de procriar, com toda a certeza, ela estaria um pouco mais próxima!
Maurício Carvalho Marques, em "Barco de Ilusões"
Mandala Girassol
Mandala Girassol
Girassol
Girador.
Girassol
minha flor.
Gira
Girassol.
Gira, Gira,
Gira o Céu,
Gira o Sol,
Gira a Lua
Gira a Terra,
Gira o Mar
Giram Estrelas,
Gira (e faz girar)
Gira eu,
Gira você
Giram eles,
Giramos nós
Desatando os “nós”
Gira Girassol Girador
Gira, Gira
Gira a roda do meu amor.
Gira
Gira Tempo,
Gira Espaço
Gira pensamento,
Gira Mundo
Gira momento
E, num segundo
Desfaz o laço.
Gira, Gira só
Gira
Girassol
Maurício Carvalho Marques, em "Barco de Ilusões"
O meu Inferno
O meu Inferno
O meu inferno é um deserto,
Escaldante de dia e gelado à noite.
Quando estou no meu deserto;
Ah ... Quando estou no meu deserto.
Queimo e ardo de calor e de frio,
Consumindo a solidão
Que me consome.
Quando estou no meu inferno;
Ah quando estou no meu inferno.
Deserto querendo o mar
Decerto querendo amar.
Maurício Carvalho Marques,
em "Barco de Ilusões"
Menino de Capela
Menino de Capela
Sou menino de Capela
Capelino
E, aqui estou.
De Capela parti
Querendo não ir.
Capela deixei
Querendo ficar.
E, agora aqui estou
Lembrando do pássaro
Que me bicou, feri,
E me cantou:
Isso não passará!
E, agora aqui estou
Bem-te-vi vem cantar
Que pra Capela regressarei
E o pássaro que me bicou e feri,
Colado ao meu peito cantará:
Tudo passou.
Maurício Carvalho Marques,
em "Barco de Ilusões"
Cavalo no Aquário
Cavalo no Aquário
Cavalo Marinho
No aquário sozinho.
Longe vai
Cavalgadas livres
Em campos verdes-mares
Sem cercas nem limites
Pra cavalgar.
Cavalo Marinho
No aquário sozinho.
Liberdade
Cavalgada livre
De cavalo marinho.
Maurício Carvalho Marques,
em "Barco de Ilusões"
Sonhos de Padaria
Sonhos de Padaria
Balconista, por favor
Um sonho pequeno
De creme.
Me lembrou Ana Clara
Sonho de Creme
Hum... Que delícia!
Ana Clara me falou:
Você é imaturo, inseguro
E, não quer crescer.
Vê se cresce, desaparece
E me esquece.
Sonhos pequenos de padaria...
Hum... Que delícia!
Balconista, por favor
Mais um sonho pequeno
De chocolate.
Me lembrou Ana Preta
Sonho de chocolate
Hum... Que delícia!
Ana Preta me falou,
Não, ela não disse nada
E de nada reclamou
Mas ficou só um pouquinho...
Sonhos pequenos de padaria...
Hum... Que delícia!
Balconista, por favor
Outro sonho pequeno
De doce de leite.
Me lembrou Ambrosina
Sonho de doce de leite
Hum... Que delícia!
Ambrosina me aceitou
Mas impôs condição.
Então eu descobri
Em mim quem manda
É o coração.
Sonhos pequenos de padaria...
Hum... Que delícia!
Balconista, por favor
Um Sonho Grande pra viagem.
Hum... Tem de Morango com Calda de Ameixa?!?
Maurício Carvalho Marques,
em "Barco de Ilusões"
Pequena Cronica de Sentimentos
Pequena Crônica de Sentimentos
Tristeza e Solidão, não são boas companhias. Suas presenças fazem-me sentir triste e solitário.
Mas, o que posso eu fazer se depois que o amor se foi, as duas invadiram e se apossaram da casa, que já nem sei se ainda é a minha casa.
- Toc, toc, toc, .... – Ouço bater na janela.
Aproximo-me preocupado, e desconfiado, pergunto:
- Quem está batendo?
- Sou eu, Amor, abra a janela!
Incrédulo e tremulo, colo o ouvido na janela e murmuro:
- Amor!? Você voltou?
- Sim, estou aqui na janela porque Mágoa esta na porta pra impedir que eu entre e também a você de sair. Por favor, abra a janela pra que eu possa entrar!
Medo, o outro companheiro de quem eu não falei porque já o considerava ausente. Mas, também, pudera sempre escondidinho! Mas, agora se fez presente, e hesitante respondo:
- Não, eu não posso. Essa casa está velha e desarrumada, e seus moradores não querem receber visitas que possam considerar inoportunas.
O Amor insiste:
- Sendo assim, essa casa não é boa pra você morar. Saia e vamos embora comigo. Porém, essa é uma decisão unicamente sua. Posso convidá-lo a me seguir, mas, não poderei levá-lo se você não me permitir.
Penso no Medo, em Tristeza, em Solidão; e também em Mágoa, sempre ali na porta estirada como uma poça de uma má água que corre no peito feito um rio sem leito e não deságua.
E, sentindo uma enorme pena desses sentimentos que há muito me acompanham, tomo a decisão:
- Medo, Tristeza e Solidão, estou indo embora. Fiquem com a casa, fiquem com tudo. Criei asas pra sobrevoar o mundo. Mágoa, por favor, não me impeça de sair e seguir o meu amor.
Maurício Carvalho Marques, em "Barco de Ilusões"
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